sábado, 23 de agosto de 2014

Relato de uma experiência Educomunicativa

Relato dos professores  Elias Júnior e Lucília
E. E. Guido Marlière - Projeto Escola em Tempo Integral
Junho de 2012

Experiência: 


Utilização de projetor de slides e curta-metragem na discussão dos tormentos dos alunos, seja na escola ou outros no dia-a-dia familiar.


Filme exibido: 
Disponível em:
http://www.jornalagora.com.br/uploads/galeria_fotos/16783_zoom.jpg
Pequenos Tormentos da Vida (21 min, RS, 2006)
Sinopse:  Quer saber qual a solução definitiva para o ensino no Brasil? Fique com a pureza da resposta das crianças ante a poesia de Mario Quintana. 
Temas: INFÂNCIA, LITERATURA

Tags: poesia, mario_quintana, crianças, sala_de_aula, educação


Ficha Técnica
Empresa Produtora: Cactus Intactos
Diretor: Gustavo Spolidoro
Roteiro: Gustavo Spolidoro
Produção: Jaqueline Beltrame
Fotografia: Gustavo Spolidoro, Vicente Moreno
Montagem: Vicente Moreno
Trilha Sonora Original: Pata de Elefante
Tipo do Filme: Colorido
Formato de Captação: MINIDV

O DVD Coleção Curta Na Escola – Literatura Brasileira apresenta uma seleção de cinco curtas-metragens que abordam o universo da nossa literatura, incluindo filmes sobre grandes autores brasileiros, como Ferreira Gullar, Mario Quintana e Patativa do Assaré, e adaptações literárias de obras de Machado de Assis e Luís Fernando Veríssimo.

Título: Convivendo com nossos tormentos

Objetivos
Construir com o aluno um canal de diálogo sobre os tormentos: dentro e fora da escola; Possibilitar o confrontamento com seus medos e ajudá-lo a superar da melhor maneira possível, entendendo que nossas limitações são oportunidades de crescimento no processo de aprendizagem.

Descrição:
Nossa turma é formada por alunos da Escola em Tempo Integral, um projeto que permite sua matrícula em dois períodos (Manhã e tarde) aumentando o tempo de permanência na escola. Escolhemos o filme “Pequenos tormentos da vida”, exibindo via internet, já que a escola não dispõe da coleção em DVD. 
Durante a exibição os alunos demonstraram muito interesse ao perceberem um roteiro com o qual se identificaram (ambiente escolar). A cena dos alunos correndo pelas escadas causou bastante alvoroço, porque nossa escola também dispõe de escadas em seus acessos. 
Posteriormente, iniciamos um diálogo, no qual todos puderam classificar seus medos, de acordo com o que foi proposto pela professora no filme: pequenos, médios e grandes tormentos. “Tenho medo de Matemática. Começo a tremer quando chega a hora da aula”, disse uma aluna. Primeiramente falamos dos medos que a escola nos apresenta e como lidamos com eles. A maior preocupação mencionada foram as matérias em si: Matemática, Literatura e Português foram os grandes tormentos citados por eles. Em seguida, propomos um trabalho de pintura com guache, em papel ofício, mostrando os grandes tormentos que cada um vivencia no dia a dia. Sob este aspecto, identificamos violência familiar, desemprego, alcoolismo, frágeis laços de afetividade com entes queridos e muita carência afetiva.
Após a visualização destes cenários, dialogamos um plano de superação destes tormentos: Na Matemática, propomos a tabuada musical para facilitar a aprendizagem. Já estamos executando e os alunos estão adorando. Estamos até fazendo coreografias para apresentar na Sexta Musical, aos demais alunos da escola. Na disciplina Português, optamos por reforçar a leitura utilizando gibis, para incentivar a ludicidade e o gosto pela leitura. Os alunos que não sabem ler (defasagem) estão sendo incentivados a ler junto com os colegas, em duplas, promovendo cooperação e espírito de solidariedade. Os Gibis foram doados aos alunos que poderão levá-los para casa e aumentar o tempo de contato com os textos, que versam sobre cidadania e ética, do Instituto Maurício de Souza, com apoio da Controladoria Geral da União. Na Literatura, propomos fazer uma oficina de teatro de bonecos (Mamulengo), adaptando clássicos infantis para serem apresentados aos demais alunos da escola e ao Lar de Idosos, próximo à nossa escola. Começaremos no próximo mês, já que estamos às vésperas de férias do meio de ano.
Quanto aos tormentos familiares, os professores da turma decidiram estabelecer maior diálogo com as famílias, enviando pequenas tarefas e bilhetes e sempre que possível realizando atividades que possam promover a interação da família, alunos e escola. No planejamento semanal, estão sendo contemplados momentos como aulas de hidroginástica, exposição de fotografias realizadas pelos alunos e confecção de uma colcha de retalhos, pintadas pelos próprios familiares. Sobre a colcha, cada família pintará um retalho, com o tema “O que é uma família?” e iremos confeccionar uma grande colcha, que será usada em momentos de leitura, nossa sala de aula, no pátio da escola ou embaixo de uma árvore em praça pública.

Comentários
A experiência da exibição do curta nos possibilitou entender o universo da criança e visualizar o cenário de medo que rodeio o imaginário infantil. Muito mais que apenas ver, julgamos esta realidade e propomos um plano de intervenção. Este tripé (VER-JULGAR-AGIR) está transformando qualitativamente a aprendizagem de nossos alunos e promovendo grande satisfação aos professores envolvidos, uma vez que conseguimos visualizar os tormentos, não como nós traumáticos e sim como uma possibilidade de crescer como seres humanos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário